A cólica menstrual faz parte de um processo comum ao corpo feminino, que consiste na eliminação do endométrio pelo canal vaginal.
Se a mulher está em idade reprodutiva, todo mês ela forma uma camada dentro do útero, chamada endométrio, para receber o embrião. Porém, se não houver fecundação, o endométrio produz prostaglandinas a fim de estimular contrações musculares e, consequentemente, desprender-se da parede uterina.
As contrações que são percebidas pela mulher na região do baixo-ventre, onde fica o útero, são as famosas cólicas menstruais. Toda mulher em idade reprodutiva passa por isso uma vez ao mês, algumas com muita dor, e outras nem tanto.
O que define a intensidade das cólicas é uma união de fatores. Mas, será que a genética pode ser um deles? Os genes são unidades que transmitem as características biológicas de geração para geração.
É possível que, dentre as características passadas de mãe para filha, também esteja a dismenorreia e que desde esse momento já esteja definido se ela será intensa ou branda?
Alguns estudos mostram maior prevalência de cólica menstrual em mulheres da mesma família. Isso poderia estar relacionado a algum fator genético, talvez, mas ainda não se pode saber precisamente. O que é possível é a existência de uma influência familiar emocional no desprendimento dos sintomas.¹
Ou seja, ainda não se sabe se há um fator hereditário, passado de geração para geração, a determinar a intensidade da cólica menstrual. Mas, mesmo que a genética não influencie na dismenorreia primária, ainda é possível que esse sintoma seja relacionado ao histórico familiar por influência de fatores emocionais.
Fatores que são compartilhados na vivência em família. Portanto, se sua mãe ou se alguma prima muito próxima tem cólicas fortes, isso pode ser determinante na intensidade da sua dor menstrual. Mas, ter na família mulheres que sofrem com cólicas menstruais não significa que você necessariamente terá dores fortes!
O histórico familiar é apenas mais um fator que pode ou não influenciar na intensidade das cólicas menstruais.
Referência:
- Leite MCA, Leite CA, Machado RFF, Portella ASJAR, Simões BN. Dismenorreia: uma visão atual. http://ral-adolec.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-71302002000100003&lng=es&nrm=iso/
Estudante de medicina e futura ginecologista. Sou apaixonada por assuntos relacionados a saúde da mulher e quero compartilhar com vocês tudo que estou aprendendo e estudando.